Destino adiado...
Alçámos voo nas asas de um sonho.
Passeámos na carícia branda, tão urgente, do nosso olhar.
Naquela promessa antiga, no retorno, na jura que então fizemos,
numa lembrança perene: este amor de hoje, este amor de um dia,
este amor secreto, este amor de sempre...
Nas palmas das nossas mãos húmidas, soubemos da fome
e da sede, da solidão e do pranto. E, num suave murmúrio:
"Vem ter comigo, amor.", "Como se vive sem ti?",
"Necessito ver-te...Vem!", "Ainda sentes saudade?"
O instante no calor da pele, no eterno sabor do beijo,
no delírio do nosso cheiro, na taça cheia derramada...
Neste universo longínquo, gerado e vivido por nós:
"Como se vive sem ti?", "Como se vive uma vida,
sem a respiração plena, sem que o coraçao vibre,
sem que o olhar seja carícia?"
Como sempre também, as marés nos submergiram,
as ondas nos transportaram e, em desmaios, nos resgataram.
E, quando a noite chegou, o sussuro inevitável:
"Até já, meu amor.", "Até sempre, meu amor.",
"Leva-me dentro de ti.", " Sabes que estou sempre aqui."...
Arakné
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