Brancas e suaves,
Vestias-me
De véus
Translúcidos
Que transpareciam
Em carícias
Urgentes e subtis,
O desejo meu
E o teu
Crescendo
Na noite louca,
A posse,
O reencontro...
Inquieto e ávido,
Hoje, o sono,
Arranham-me agora
Os espinhos agudos
Das memórias,
As rosas
De sangue,
Esquecidas há muito
As camélias,
Rasgado o cetim
Branco
Em que me envolviam
Os gestos
Do teu amor,
Quando apenas
Me afloravas
Na tua pele
E, sedenta,
A minha
Se derramava
Em líquidos delírios
Que bebíamos a dois...
Meu amor,
Das palavras incoerentes,
Dos sopros murmurados,
Dos gemidos soluçados,
Algo de dor,
Algo de insanidade,
Também de morte?
Talvez...
Naquele esquecimento
De mim
Em ti,
Meu algoz,
Ali perecíamos,
Eu de amor,
Tu de mim...
Um dia.
Arakné
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