O Mito de Arakné (antiga lenda grega)


Entre os deuses que habitavam no Olimpo reinava Atena, deusa da Sabedoria e de todas as Artes... A bela Arakné era uma extraordinária bordadeira, cujos trabalhos maravilhosos eram admirados por todos os que os contemplavam:

- Que mãos preciosas tem!... que harmonia de cores!... que obras de arte!...

Tais elogios envaideceram tanto Arakné, que um dia exclamou:

- Se eu desafiasse a deusa Atena tenho a certeza de que ganharia!

Logo as ninfas do bosque correram a contar as suas palavras à deusa que, enfurecida pela afronta, logo aceitou o desafio... No dia marcado, Atena executou o seu bordado com muita arte e empenho mas, quando terminou, percebeu que a obra de Arakné era realmente muito mais bela que a sua... Enraivecida, rasgou o bordado da sua rival em mil pedaços e, em seguida, transformou-a numa aranha para todo o sempre...

(Lenda Mitológica Grega)


terça-feira, 19 de junho de 2018


Meu desamor
Perdido,
Entre tantos
Outros amores
Vividos,
Rastos eternos,
Retorcidas memórias
Que em mim se restam.

No ser oculto

Os delírios,
As loucuras
Que então cumpria,
As incompletas
Inexplicáveis razões 
Supremas que me repetia,
Os desencontros
Inelutáveis
Do porvir
De mim,
Que sabia.

Pereceram raivas

Obscuras
Jamais entendidas,
Num desfilar da vida
Como eternidade única
Finita,
Meus Amores
Desfolhados,
Mistérios saboreados,
Dores,
Flores
Paixão.

Meu desamor

De tantos amores
Que doei
E doí
Enlouquecida,
Numa solidão e aridez
Pontuada de ternura
Desentendida.

Nas mãos que estendi

Timidamente
Abracei para mim
Um perpétuo silêncio,
Palavras trancadas
Afogadas num lago
De águas 
Profundas e escuras,
As mesmas palavras
Que perdi, gastando-as
Pela Via Crucis 
Que percorri
Doando,
Meu desamor
De tantos amores,
Que tanto fingi
Não amar, 
Amando.

Humilde, ajoelhei 

Eternidades
Em devoção perene
E entrega doce,
Gritei revoltas cegas
Amando desamada,
Perdida em ti,
Meu desamor
De tantos amores,
Meu esquecimento de mim......
Arakné

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