Meu desamor
Perdido,
Entre tantos
Outros amores
Vividos,
Rastos eternos,
Retorcidas memórias
Que em mim se restam.
No ser oculto
Os delírios,
As loucuras
Que então cumpria,
As incompletas
Inexplicáveis razões
Supremas que me repetia,
Os desencontros
Inelutáveis
Do porvir
De mim,
Que sabia.
Pereceram raivas
Obscuras
Jamais entendidas,
Num desfilar da vida
Como eternidade única
Finita,
Meus Amores
Desfolhados,
Mistérios saboreados,
Dores,
Flores
Paixão.
Meu desamor
De tantos amores
Que doei
E doí
Enlouquecida,
Numa solidão e aridez
Pontuada de ternura
Desentendida.
Nas mãos que estendi
Timidamente
Abracei para mim
Um perpétuo silêncio,
Palavras trancadas
Afogadas num lago
De águas
Profundas e escuras,
As mesmas palavras
Que perdi, gastando-as
Pela Via Crucis
Que percorri
Doando,
Meu desamor
De tantos amores,
Que tanto fingi
Não amar,
Amando.
Humilde, ajoelhei
Eternidades
Em devoção perene
E entrega doce,
Gritei revoltas cegas
Amando desamada,
Perdida em ti,
Meu desamor
De tantos amores,
Meu esquecimento de mim......
Arakné
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