Pelo caos das idades e das marés

pelos ritmos de eras em primaveras e maçãs

pela sabedoria entreaberta das Evas e pecados originais

 pelas gerações caídas e o sublime pecado redimido

pelo amor que tudo justifica
pela ordem do círculo completo e perfeito

pelo final interminável  indefinido e imortal

pela fome sustentada desde sempre 
do princípio origem ao fim num só

pelo insondável buraco negro que é tão só a ausência 
e também a permanência do tudo e do nada em amálgama
em que coexistem este tão doloroso sofrimento
e a embriaguez da alma completa e feliz

Pelas eras, repetidas, fêmeas e... minhas.
 Arakné