O Mito de Arakné (antiga lenda grega)


Entre os deuses que habitavam no Olimpo reinava Atena, deusa da Sabedoria e de todas as Artes... A bela Arakné era uma extraordinária bordadeira, cujos trabalhos maravilhosos eram admirados por todos os que os contemplavam:

- Que mãos preciosas tem!... que harmonia de cores!... que obras de arte!...

Tais elogios envaideceram tanto Arakné, que um dia exclamou:

- Se eu desafiasse a deusa Atena tenho a certeza de que ganharia!

Logo as ninfas do bosque correram a contar as suas palavras à deusa que, enfurecida pela afronta, logo aceitou o desafio... No dia marcado, Atena executou o seu bordado com muita arte e empenho mas, quando terminou, percebeu que a obra de Arakné era realmente muito mais bela que a sua... Enraivecida, rasgou o bordado da sua rival em mil pedaços e, em seguida, transformou-a numa aranha para todo o sempre...

(Lenda Mitológica Grega)


quarta-feira, 12 de março de 2025

*TEMPESTADE NA NOITE

Na noite solitária chega-me o som

dos ventos e a fúria da tempestade...

Trovões violentos estremecem a casa,

São zangas celestes? Castigos divinos? 


"Valha-nos Santa Bárbara, serva de Deus

e proteção divina nas trovoadas!"

"Agora uma prece!", "Uma vela acesa!", 

"A luz já se foi!", gemia a avó ...

Rugidos de fera, natureza em fuga,

 liberta, zangada, solta, tremenda...


E as belezas de ontem ao anoitecer?

E aquela frescura ao pôr do sol?

E a imensa paz daquela varanda 

de frente para o mar?

E aquela cascata brilhando ao luar?


A fúria do mar? O rugido das ondas? 

Tempestades da vida? A casa estremece!

 "Valha-me Santa Bárbara!". Acendo outra vela.

Desligo o aparelho. Sentada na sala. Sem companhia. 

A avó já não está. Olá, Solidão! 

 

Quando era menina e a mãe me dizia:

"Anda pequenina, vem aqui pra cama,

 dá-me a tua mão e ficas quentinha,

 já vai terminar, dorme menina..."


A fúria no ar, a vida a passar, 

as velas a arder, a solidão a chorar.

A janela iluminada na dobra do instante,

um clarão rude, tão ofuscante...

 A mãe já não está, agora é pequenina:

"Já vai terminar, dorme menina."


Os olhos fechados, memórias do tempo.

Entre cada lágrima, o vento adormece. 

"Dorme menina, já terminou."

A vida amanhece...

Arakné 



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