*Tudo se move em torno
do silêncio instalado,
na dor que se suspende
por fios esticados,
repuxados do rude bastidor,
incipiente e cruel,
em que cada dia é bordado,
segundo um plano
grosseiramente esboçado,
interceptado, soluçado,
disperso em traços largos,
descoloridos e indecisos,
nebulosamente imersos
no tom da fantasia.
Por entre as pálpebras
semi(en)cerradas
em clausuras impostas,
famintas sabe-se lá de quê,
em busca das pontes
ou passagens secretas,
ainda que distantes ou aéreas,
que rumam ao (des)norte
inexplicável dos inúmeros
(des)caminhos fechados...
Onde, afinal, a curva,
aberta sobre si própria,
tão clara de veredas floridas,
se (en)cerrou?
Onde, afinal, a paisagem,
antes tão ensolarada,
escureceu tanto assim,
tão melancólica de sombras?
Arakné
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