que se funde na minha pele
alastra-se em ardores agrestes
sentires inteiros e laivos de fantasias...
Entregue a intensidades me ajoelho
penitente de pecados de outras vidas
tudo o que acusei vivi outrora
e redimi nos sofrimentos que revi em outros...
Nas lacunas dos dias antigos
dissolvi no tempo as horas dos delírios inconfessados
e as visões oníricas
de doçuras mergulhadas em caos...
Conduzi-me a um espaço suspenso
entre vãos de paraíso e purgatório
e o sangue oculto e antigo que trago de eras e fulgores
guardo-o secreto no íntimo e resgato-o no momento...
Só aí me encontro numa explosão de leve dor
que navega em mim há eternidades
e que me absolve e se resgata
atropelando dignidades em esquecimentos...
Permanente é esta incógnita
e o perder de nunca a mim própria me acercar
e apenas nas palavras
me encontrar...
Arakné
1 comentário:
Viver o passado na presença de uma nova situação é um enorme erro. Viver o presente é fundamental.
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