Deito-me
Sempre
Excessiva
No abraço
Desnudo
De amor feito
Proibido
Pecador
Recolho
O sabor agridoce
De ti
Também
Veneno forte
Viciante
Que alimenta
Esta fome
Insatisfeita
Que trago
Em mim
Nas contracções
De prazer
Quase dor
De tão intenso
Se verte
Se derrama
Em loucuras
Líquidas
Que descubro
Vez após vez
Sucessivas
A pele
Respira-me
Um arrepio
Da carícia
Do vasculhar
Da língua
Do explorar
Do beijo
Íntimo
Recolhe-se
A ternura
Do olhar
Onde a entrega
Se processa
Em brilho húmido
E as palavras
Que não digo
Porque o senso
No desejo
Voa
O que sobra
É a incoerência
Que me perde
No teu abraço
Amante
Eu
Tão pecadora
Me confesso
Arakné
O Mito de Arakné (antiga lenda grega)
Entre os deuses que habitavam no Olimpo reinava Atena, deusa da Sabedoria e de todas as Artes... A bela Arakné era uma extraordinária bordadeira, cujos trabalhos maravilhosos eram admirados por todos os que os contemplavam:
- Que mãos preciosas tem!... que harmonia de cores!... que obras de arte!...
Tais elogios envaideceram tanto Arakné, que um dia exclamou:
- Se eu desafiasse a deusa Atena tenho a certeza de que ganharia!
Logo as ninfas do bosque correram a contar as suas palavras à deusa que, enfurecida pela afronta, logo aceitou o desafio... No dia marcado, Atena executou o seu bordado com muita arte e empenho mas, quando terminou, percebeu que a obra de Arakné era realmente muito mais bela que a sua... Enraivecida, rasgou o bordado da sua rival em mil pedaços e, em seguida, transformou-a numa aranha para todo o sempre...
(Lenda Mitológica Grega)
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