O Mito de Arakné (antiga lenda grega)


Entre os deuses que habitavam no Olimpo reinava Atena, deusa da Sabedoria e de todas as Artes... A bela Arakné era uma extraordinária bordadeira, cujos trabalhos maravilhosos eram admirados por todos os que os contemplavam:

- Que mãos preciosas tem!... que harmonia de cores!... que obras de arte!...

Tais elogios envaideceram tanto Arakné, que um dia exclamou:

- Se eu desafiasse a deusa Atena tenho a certeza de que ganharia!

Logo as ninfas do bosque correram a contar as suas palavras à deusa que, enfurecida pela afronta, logo aceitou o desafio... No dia marcado, Atena executou o seu bordado com muita arte e empenho mas, quando terminou, percebeu que a obra de Arakné era realmente muito mais bela que a sua... Enraivecida, rasgou o bordado da sua rival em mil pedaços e, em seguida, transformou-a numa aranha para todo o sempre...

(Lenda Mitológica Grega)


quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

(Di)Vagares (Entre)Poéticos

I
Decifra-me na sombra
que transparece, fugidia,
numa efemeridade de poema...

pressinto-te no rasto
que se me desvenda pela noite...

sabes-me e sei-te
nesta dimensão nossa...

II
Toco-te com a suavidade do sopro,
beija-me, se o desejas,
no arrepio da ausência de pele,
no voo da imaginação, o suspiro,
e um silêncio cheio de noite

A distância...
E eu aqui...



III
Deslizei o sonho
pela seda dos dedos,
num suspiro que acomodou 
a distancia,

um arrepio percorreu a noite,
evadiu-se-me dos lábios
um beijo imprevisto
e em ti pousou...

IV

Derramas palavras
entre veludos anoitecidos,
Espera... um toque desliza, subtil,
esfuma-se em espirais de neblinas...

um véu de silêncio veste-me,
ondula na brisa
que te beija suave...

V
Esfumas em mim
o rasto leve dos teus dedos,
numa suavidade
de areia dourada e fina,


desvendas, no contorno da pele,
uma difusa fronteira
de corpo velado, que desmaia o beijo
em secreta fantasia...

VI
A sensualidade acetina-se
pela noite quieta,
plena de mistérios
e música suave...

ondula um leve aroma
a toque quente, que murmura
um segredo ao meu ouvido...

perpassa uma suavidade
deleitosa, derrama-se a poesia
em pó de estrelas...

e, da lua que ilumina
a nossa noite,
deslizo uma carícia sobre ti...

Arakné

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