submergem-me ondas alterosas
agitam-se ventos desmedidos
arruinada a tela em lutas inglórias...
Desviada dos cursos conhecidos
navego-me por diversos afluentes
imponderável fluxo de reversos rios
me banham e acalmam a minha sede...
Dormente desta desértica aridez
cavalgo dunas circulares de tempo
rodopio danças nunca terminadas
insana busca de viajante perdida...
Mascarada de aventureira incógnita
transporto em mim voos de asas longas
nas fantasias do jardim que cultivo
nos esconsos do meu recanto iluminado...
Como vaga de lume efémera rebrilha
nas trevas vãs a crença no sonho trémulo
aceso e apagado nos destroços flutuantes
trazidos por marés já recuadas...
Em sonhos que só brilham por instantes
breves e profundos do sono em que deslizo
entreabro os olhos no espanto mudo
e acerca-se de mim a escuridão vazia...
Arakné

1 comentário:
A viajante perdida na desértica aridez, em breve alcançará o oasis da felicidade eterna...
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