Detenho em mim dores
de tudo o que me toca
violentas e pálidas
de cólera furiosa
de vidas comandadas
exércitos de lágrimas
precipitando-se cruéis
em extermínios de emoções
Ficam aqui palavras
em sulcos vivos
em sulcos vivos
de agonias e rastos
na terra árida e arada
em que cultivo dores
de outros seres
e sofro cruzes arrastadas
de que sinto na alma o espinho
Culpa cruel e insana luta
que trago de outras vidas
por elas percorro veredas
de solitárias indecisões
buscando nós e fios
ou laços que me envolvam
em espuma ou suspiros
de voláteis segredos
Alegria dolorida e fantasia
faço de cada passo realidade
intensa dramática mortal
e construo a ponte de corda
bamba e oscilante
por onde me aproximo
e adentro seres que não entendo
e olho abstractamente
fascinada das descobertas
O espaço arrasta catadupas
de nadas e vazios indiscretos
que se abrem em assomos
de lividez e espanto
estou ou estão tão estáticos
e expandem-se dentro de mim
em sonhos improváveis e perdições
por onde me reencontro e festejo
Ser e Universo Paralelo
em que me gero a cada dia
por infinidades de Eus que
se alargam em espiral
enredam-se e propagam-se
reproduzem-se em acto
em pensamento transcendem-me:
e por aqui vive-se!
Arakné
2 comentários:
vive-se em eternas incertezas....
o universo paralelo é um enorme e perigoso dilema!!!
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