O Mito de Arakné (antiga lenda grega)


Entre os deuses que habitavam no Olimpo reinava Atena, deusa da Sabedoria e de todas as Artes... A bela Arakné era uma extraordinária bordadeira, cujos trabalhos maravilhosos eram admirados por todos os que os contemplavam:

- Que mãos preciosas tem!... que harmonia de cores!... que obras de arte!...

Tais elogios envaideceram tanto Arakné, que um dia exclamou:

- Se eu desafiasse a deusa Atena tenho a certeza de que ganharia!

Logo as ninfas do bosque correram a contar as suas palavras à deusa que, enfurecida pela afronta, logo aceitou o desafio... No dia marcado, Atena executou o seu bordado com muita arte e empenho mas, quando terminou, percebeu que a obra de Arakné era realmente muito mais bela que a sua... Enraivecida, rasgou o bordado da sua rival em mil pedaços e, em seguida, transformou-a numa aranha para todo o sempre...

(Lenda Mitológica Grega)


terça-feira, 12 de junho de 2012

*Olho estas mãos tão despojadas
observo esta dúplice agonia
no segredo de tudo o que me forma
calo-me consumida no tormento
de alma e corpo em sofrimento
duplo cruel e verdadeiro...

Torturada acerco-me do abismo
contemplo razões causas equívocos
analiso pesares penares enganos
rebusco sentires emoções alegrias
procuro na memória sons e velharias
recordo outros tons e outras histórias
refaço de mim recordações e feitos
revejo-me em capítulos baralhados
estou em cada palavra que recordo
encontro-me no suspiro que renasce
revivo cada gesto cada tempo
num confronto  perturbado e solitário
no repartir da alma e dividir de mim
na solitária adição da dor
no fatal caminho que se abre ao fim...

E queria já apenas me aninhar
queria o sossego do nada a declarar
queria a paz e a ausência de escolha
queria de ti o tudo e de ti o nada
e quieta e calada me consumo
na solidão das horas e labores,
inúteis e pesados em que decorro
nos desérticos caminhos que percorro
no choro em que às vezes me descrevo
nos risos que em segredo reencontro
no sorriso murmurado para mim mesma
com surpresa me observo e reconheço...

E logo para todos me exibo altiva
tão plena tão alegre tão distante
neste meu olhar profundo e penetante
em que guardo as ocultas coordenadas
tais que daqui só eu sei o caminho
e nesta ilha tão remota e distante
por onde vagueio solitária
não me alcançam nunca os navegantes
que pelos sete mares desde sempre
me demandam...
Arak 

2 comentários:

Anónimo disse...

Não vagueia solitária e o timoneiro está sempre atento para a levar no rumo da felicidade e, para arribar ao porto da eterna beleza do amor.

Anónimo disse...

A ilha remota e distante em breve será alcançada por um navegador solitário que trará todo o amor e carinho.