O Mito de Arakné (antiga lenda grega)


Entre os deuses que habitavam no Olimpo reinava Atena, deusa da Sabedoria e de todas as Artes... A bela Arakné era uma extraordinária bordadeira, cujos trabalhos maravilhosos eram admirados por todos os que os contemplavam:

- Que mãos preciosas tem!... que harmonia de cores!... que obras de arte!...

Tais elogios envaideceram tanto Arakné, que um dia exclamou:

- Se eu desafiasse a deusa Atena tenho a certeza de que ganharia!

Logo as ninfas do bosque correram a contar as suas palavras à deusa que, enfurecida pela afronta, logo aceitou o desafio... No dia marcado, Atena executou o seu bordado com muita arte e empenho mas, quando terminou, percebeu que a obra de Arakné era realmente muito mais bela que a sua... Enraivecida, rasgou o bordado da sua rival em mil pedaços e, em seguida, transformou-a numa aranha para todo o sempre...

(Lenda Mitológica Grega)


terça-feira, 31 de janeiro de 2012

8.

MEMÓRIAS

No íntimo de mim e por mim,
perpassam leves aragens
sopradas dos tempos idos,
subtis suspiros de momentos,
contos de sempre e de nunca.

Uma ténue brisa fresca,
percorre-me sinuosa, 
por entre vagas memórias,
e destroços de naufrágios...

Pensamentos suspensos,
inacabados e dormentes,
sensação de rumos perdidos,
lembram-me o passo dançante
medido num compasso hesitante,
tracejando verdes caminhos...

Exorcizo essas imagens,
vislumbradas, transparentes,
na difusa neblina matinal.
Sei que estivemos, um dia,
os dois, num mar de chamas,
perdi-me de ti e nele ardi,
pecadora e penitente...

Hoje, fogo traído e apagado,
tantas as ausências magoadas!
Onde te perdeste de mim
nos ausentámos de nós?
Afasto-me devagar e silenciosa, 
perseguida pela brisa branda...

Bizarras lembranças plasmadas
numa tela colorida, profusão
de cores e antíteses matizadas...
Sem sentido, tão absurdas e abstractas, 
essas estranhas manchas de mim...

Arakné

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